Com aproximadamente 150 mil habitantes, o município de São Caetano, no estado de São Paulo, ficou pela terceira vez no topo do ranking das cidades com maior Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil. A pontuação alcançada, 0,862, garante à cidade um lugar na categoria “muito alto” do índice.
O levantamento realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolviemnto (Pnud) leva em consideração dados referentes à saúde, educação e renda. A pontuação varia de 0 a 1: quanto mais próximo a 1, melhor o “desenvolvimento humano”, quanto mais próximo a zero, pior.
São Caetano, que fica no ABC e faz divisa com a capital paulista, obteve também o melhor IDHM em 2003 e em 1998. O segundo melhor IDHM do país é o de Águas de São Pedro (SP) e o terceiro, o de Florianópolis, capital de Santa Catarina.
Considerando conjuntamente os dados de toda a população do país, o IDHM do Brasil é de 0,727, considerado "alto" (entre 0,700 e 0,799). Das 50 cidades melhores colocadas no ranking nacional, 28 são do estado de São Paulo. Veja a seguir a lista dos 50 municípios que atingiram as maiores pontuações na avaliação divulgada recentemente:
Nota-se, na lista, a ausência de municípios das regiões Norte e Nordeste, e a predominância massiva de cidades do Sul e Sudeste. Inclusive, é interessante, porém nada surpreendente, observar que na lista dos 50 municípios com as pontuações mais baixas, figuram apenas representantes do Norte e Nordeste do Brasil. Veja abaixo a lista:
Infraestrutura municipal
Em um comunicado sobre a avaliação do IDHM, a Presidente Dilma Rousseff comemorou a pontuação geral das cidades brasileiras, mas deixou claro que a questão da mobilidade urbana é ainda um desafio a ser vencido, dizendo que “[...] Garantia de transporte público rápido e de qualidade é um dos eixos de combate à desigualdade nas cidades médias e grandes".
Além da questão da mobilidade - que se configura em um enorme problema das cidades, haja vista o modo como o tema foi (e infelizmente ainda é) abordado, através de uma lógica rodoviarista, com foco no transporte individual – outras questões, tratadas indiretamente (ou não tratadas) pelo índice, deveriam fazer parte da agenda política da mesma forma como fazem parte da agenda do planejamento urbano: esgoto, água potável, moradia digna, acesso igual a todos, enfim, toda uma infraestrutura que garanta o direto à cidade a todos.
Das 5.565 cidades avaliadas pelo Pnud, 44 (0,7%) têm índices muito altos de desenvolvimento humano. No outro extremo, outros 32 municípios (0,5%) têm índices considerados muito baixos. Em geral, as cidades brasileiras permanecem no meio da faixa de avaliação: 1.889 cidades têm IDHM alto (33,9%), outras 2.233 registram índices médios (40,1%).
Contudo, as demais 1367 cidades (24,5%) nos lembram constantemente da enorme desigualdade entre as regiões do Brasil e, ainda, que apesar do índice geral do Brasil ser de 0,727 (considerado “alto”), há questões urgentes a serem ainda tratadas nas cidades brasileiras. E neste panorama, arquitetos, urbanistas e planejadores têm um papel essencial.
Fonte: g1.globo.com